Morro de São Paulo
Quando falamos que o Brasil é o país da diversidade, Morro de Sao Paulo é uma das melhores maneiras de exemplificar essa característica. Essa ilha do Atlântico não atrai só por ter praias bonitas e piscinas naturais com água transparentes. Morro é a ilha dos opostos, sejam eles o festeiro que mal vê a luz do dia ou o aventureiro que procura uma praia deserta cheia de coqueiros. Todos podem se maravilhar com Morro de São Paulo, não importa se vêm de mochila nas costas ou com um pacote cinco estrelas de um resort de luxo. Morro é a cara do Brasil, mesmo que o brasileiro seja apenas um dos visitantes. A ilha já caiu no gosto do mundo, e hoje, caminhando pelas ruelas estreiras - e sem carros - pode-se ouvir os mais diferentes sotaques de espanhol, inglês, hebraico, alemão, finlandês, japonês, português, baianês, não importa. Todo mundo tem seu espaço.
Para explicar como é Morro de São Paulo, precisamos começar pela chegada na ilha. Têm só três lugares para entrar: duas pistas de pouso de taxi-aéreo e o que á mais comum, o porto. Já se engana quem pensa que porto é aquele lugar cheio de navios e guindastes... tudo não passa de um trapiche, que só passou ao nome de porto por que agora é de concreto e tem um toldinho de lona. Saindo do porto você já se depara com um monumento de mais de trezentos anos, o Portaló. Esse pórtico faz parte do Forte de Morro de São Paulo, construído para conter as invasões holandesas, lá no século XVII. Alguém ainda se lembra dessa parte da aula de história? Bom, em Morro é bom lembrar... a vila é quase tão antiga quanto o próprio Brasil. Fundada em 1535, já teve importância estratégica, principalmente nos primeiros séculos da colonização. Não que tenha perdido importância depois: só para citar mais um fato histórico, foi em frente a ilha que submarinos alemães torpedearam navios mercantes brasileiros, fazendo o Brasil entrar na Segunda Guerra Mundial.
Continuando o caminho ladeira acima - é, pra sair do porto e do Forte tem que subir uma ladeira (ainda bem que é a única) - chega-se na Igreja Nossa Senhora da Luz. Dizem que foi ela - a Nossa Senhora - que fêz os holandeses acreditarem que havia uma grande esquadra portuguesa na ilha e desistirem de atacar a vila. Pronto, já chegamos na praça Aureliano Lima, a pracinha central. Aqui, de noite, tem uma feirinha de artesanato e o Foom - o argentino mais brasileiro de que se tem notícia - tocando música popular brasileira.
Impossível se perder. Só tem uma rua. É só seguir o fluxo e ir desviando dos carrinhos de mão que servem para tudo: para carregar suas malas, as compras do mercado, as crianças, ou numa eventualidade, até quem machucou o pé e não pode caminhar. Carro? Nem pensar. Até existem alguns na ilha, mas nenhum entra no vilarejo. O único veículo motorizado que anda nas ruelas - e só de manhã cedinho - é um trator que recolhe o lixo.
Opa, outra ladeira... bom eu disse que a do porto era última... sim, de subir. Essa agora é pra descer. Descer para a Primeira Praia. Sim, e a vila, já acabou? É, pode-se dizer que sim. Daqui em diante até é bem urbanizado ainda, mas o "centro" já acabou.
Primeira Praia
A Primeira Praia é minúscula. São
só trezentos metros. Algumas casas de veraneiro, algumas
pousadas, umas agências. A praia é a única da
ilha com um pouco de ondas. O fundo é de areia, num declive
suave mas contínuo. Nas duas laterais há paredes de
coral. É o cenário perfeito para vários esportes:
natação, mergulho livre, mergulho com cilindro, banana-boat,
e uma coisa inusitada: a maior tiroleza do Brasil, que acaba dentro
d´água. É a praia mais freqüentada pelos
nativos, e não tem vida noturna.
Veja as opções de pousadas
na Primeira Praia.
Segunda Praia
Caminhando mais um pouco, passando no meio de algumas
pedras, já se chega na próxima praia. Qual seria?
Não tem como errar o nome, afinal as praias são numeradas.
A Segunda Praia é o lugar mais agitado, seja de dia ou de
noite. Essa praia nunca pára. É o lugar de tomar banho
de sol, jogar frescobol, vôlei, deitar de barriga pra cima
nas piscinas naturais. À noite é o lugar do luau,
dos inúmeros bares, danceterias, restaurantes. A praia toda
têm só quatrocentos metros, e é cercada de arrecifes
de coral, ou seja, nunca tem ondas. No final dela está a
Ilha da Saudade - que é ilha só na maré bem
alta - um dos cartões postais de Morro de Sao Paulo.
Veja as pousadas na Segunda
Praia.
Terceira Praia
E depois? A Terceira Praia, é claro. No começo
tem um muro enorme e é bem urbanizada. Na segunda metade
já não tem nada, só um ou outro hotel e uma
das pistas de pouso. É dessa praia que saem os passeios para
as demais ilhas. Também tem bastante coral, embora o meio
da praia seja de fundo de areia, permitindo a entrada de todo tipo
de embarcações. É maior que as praias anteriores,
com uns 800 metros.
Hotéis e pousadas
na Terceira Praia.
Quarta Praia
Daqui em diante Morro de São Paulo
já é o lugar das praias desertas. A Quarta Praia tem
mais de quatro quilômetros e quase nenhum movimento. Claro,
bem no começo dela até junta uma galerinha no meio
do verão, que fica curtindo as piscinas naturais. Mas isso
é só nos primeiros 200 metros. Depois é uma
praia super tranqüila, com alguns hotéis e pousadas
e muitos, muitos coqueiros. Quer dizer que quem ficar hospedado
nessa praia vai ter que caminhar "tudo isso" de volta
até a vila? Não. Atrás da Segunda Praia começa
uma estrada que segue paralela à Terceira e à Quarta
Praia. Nessa estrada que andam os únicos veículos
da ilha. São tratores, jipes e alguns furgões, cada
um de um hotel. Antigamente esses tratores andavam pela praia, mas
hoje isso é proibido. É também por esta estrada
que se chega na segunda pista de pouso, depois da Quarta Praia.
Confita as pousadas na
Quarta Praia.
Praia do Encanto
Acabou? Não. Tem ainda uma "quinta" praia, mas ela se chama Praia do Encanto. Se a Quarta já era tranquila, essa sim, é deserta. Tem alguns hotéis, piscinas naturais, e termina num imenso manguezal, a Ponta Panã. Aqui acaba aquilo que se conhece por Morro de São Paulo, mas a ilha de Tinharé (é, o nome da ilha não é Morro de São Paulo) ainda continua. Caminhando por uma ilha - onde é essencial ter um guia - pode-se chegar em Garapuá, uma enseada com uma minúscula vila de pescadores. Não convém se aventurar sozinho nessa trilha. Se você encontrar o caminho, são 6 quilômetros desde o final da Praia do Encanto. Da vila de Morro até Garapuá dá uns 14 quilômetros. Depois de Garapuá tem mais uns 10 quilômetros de praia deserta, o Pontal, ou Pratigi. Acaba no Rio de Inferno, que divide a ilha de Tinharé da ilha de Boipeba.
Gamboa
E o outro lado da ilha? Bom, voltando lá pro porto da vila... onde chegamos, pode-se seguir para o outro lado. Depois de passar por algumas pedras, chega-se na praia do Porto de Cima. Se a maré estiver baixa, dá pra caminhar até a Gamboa. Lá tem um clube de vela, onde se pode alugar veleiros de todos os tamanhos, e diversos bares e restaurantes. Gamboa é um povoado de pescadores, mas hoje abriga muitos dos trabalhadores de Morro de São Paulo. É uma ótima praia para passar o final de tarde.
A parte da ilha voltada para o continente não tem praias, só manguezais. Há mais dois povoados: Galeão e Canavieira. O primeiro tem uma igrejinha no alto de um morro, visível de muito longe. O segundo tem um criatório de ostras. E o "miolo" da ilha? Essa parte ainda é praticamente como quando os portugueses chegaram aqui: grande áreas de mata atlântica, restingas e manguezais.
Falta mais alguma coisa? Só você!
Como chegar
Saindo de Salvador, há taxi-aéreo a partir do Aeroporto Internacional, que leva só 20 minutos. Do Mercado Modelo, perto do Pelourinho, saem os catamarãs, que levam cerca de duas horas até Morro de São Paulo. Para quem está de carro, uma outra opção é ir até Valença, e de lá ir de lancha até a ilha, que demora cerca de 40 minutos.
Dicas imperdíveis de Morro de São Paulo
Prainha do Forte: Além das praias mais conhecidas Morro de São Paulo guarda outras preciosidades como a Prainha do Forte, que fica no final das ruínas da Fortaleza e aparece na maré baixa. Frequentada mais pelos moradores é um lugar sossegado e perfeito para relaxar dentro das piscinas naturais.
Andar de caiaque: Alugue um caiaque e se aventure pelas águas da Terceira Praia, próximo a Ilha do Caitá e se quiser ou tiver fôlego siga até a Primeira e Segunda Praia. Com o mar calmo, além de um exercício, é ótimo para conferir a paisagem.
Mergulhar: Em todas as praias de Morro de São Paulo você pode mergulhar com apenas com máscara e snorkel. Em algumas é melhor quando a maré está baixa, próximo dos arrecifes. As piscinas naturais do início da Quarta Praia são um ótimo ponto para iniciantes.
Conhecer a história de Morro de São Paulo: Além da Igreja e do Forte, Morro de São Paulo também mostra sua importância histórica pela Fonte Grande - foi o mais avançado sistema de tratamento de água do Brasil colonial, o Farol – guia os navegadores desde 1855 e o Casarão, construído em 1608 e abrigou ninguém menos que D. Pedro II.
Pôr do sol no Forte: Além da prainha e da importância histórica, o Forte de Morrro de São Paulo é o cenário perfeito para curtir o final do dia - o pôr do sol e se você tiver sorte os golfinhos!
As baladas: Morro de São Paulo é mundialmente conhecido pelas belas paisagens, mas também é sinônimo de festas. De segunda a domingo tem uma festa para você curtir, seja na beira da praia ou dentro das casas noturnas. O ritmo frenético vai até o amanhecer!
Visitar Garapuá: Isolada das demais praias de Morro de São Paulo, Garapuá é a única praia da ilha que apresenta o fundo totalmente de areia. Tem um pequeno povoado pitoresco que recebe muito bem seus visitantes.
Moreré e Bainema: De dezembro a março acontece um passeio que visita as praias de Moreré e Bainema, as mais bonitas da ilha de Boipeba. Além disso visita as piscinas naturais de Moreré, ótimo ponto para mergulho livre e ver centenas de peixinhos.
Observar as baleias jubarte: De julho a outubro as baleias Jubarte permanecem no litoral de Morro de São Paulo e se pode avistar mãe e filhotes bem próximos da costa. A Rota Tropical é a única agência que opera esse passeio - o "whale watching", uma experiência inesquecível!
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